quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Evita e Voltaire

Pra quem não sabe, tamanha é minha admiração por Eva Perón que fui capaz de praticar atos ilícitos como roubo à biblioteca do colégio pra ficar com um livro riquíssimo em fotos e informações sobre quem, pra mim, soube conciliar uma visão estratégica com a inconsequência de suas palavas. Não me julguem pelo crime cometido! Julgar é feio, porém necessário para a própria defesa do ser humano. Hipócrita é aquele que lhe aponta o dedo criticando seus julgamentos. Se você não cria na sua cabeça uma idéia prévia acerca de acontecimentos ou pessoas ao seu redor, perde para mim o título nobre de "ser pensante".
Eu julgo sim. Mas nem tudo que eu faço é bonito. Se fosse, a história que eu vou contar aqui seria minha. Se fosse, minha admiração seria por mim mesma, meu reflexo no espelho não me geraria dúvidas ou conflitos. E eu ainda não publiquei minha auto-biografia. Ainda.

Parece impossível relacionar os itens que compõem o título da postagem. Talvez a ideologia de Eva Perón seja garantida pelas sábias frases de Voltaire, sempre defendendo a liberdade de expressão e pensamento. "Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo". Enfrentando a elite burguesa argentina, a atriz de origem pobre sofreu preconceitos mas não se deixou abafar. Ao assumir o posto de primeira dama ao lado de Juan Domingo Perón, defendeu incessantemente a causa das classes inferiores. Construiu
hospitais, lares para idosos e mães solteiras, dois policlínicos, escolas e uma Cidade Infantil - com a ajuda de empresários e políticos influentes, mateve a Fundação Eva Perón.


Com sua postura sempre forte e sua opinião formada e imutável acerca de assuntos políticos, sociais e religiosos, Evita manteve sua carreira sob o título de "mulher do povo".
"A perfeição da própria conduta consiste em manter cada um a sua dignidade sem prejudicar a LIBERDADE ALHEIA." Não abdicar de seus ideais sem ferir os princípios do próximo. Hoje em dia é preciso se agarrar a algo que mantenha sua mente em ordem. Opta-se mais comumente à religião. E nesse campo não vou entrar... (aprendi nessa tarde, do dia 26/08 que só falo sobre assuntos polêmicos na internet depois de completados meus 18 anos. Atingida minha maioridade, quando adquirir total autonomia sob minha reputação jurídica, me sinto à vontade para falar o que eu quiser. Enquanto coordenadores dos meus ex-colégios continuarem chamando minha mãe para reclamar supostos atos de "calúnia" que partiram de mim, prefiro não publicar na internet meus desabafos).

O fato é que, através das minhas orações noturnas nas quais me dirijo direto a Deus, sem mediadores, encontro uma remota paz; através dos meus ídolos, que vão de músicos rebeldes e drogados à Dalai Lama, encontro inspiração e motivação para continuar meu apenas iniciado caminho; dentro de mim mesma, encontro as respostas que ninguém pode me dar e compõem assim meus princípios, jutificam meus atos. Afinal, tenho que ser reconhecida como um ser individual, para que "quando pense no passado, obtenha prazer pela segunda vez, vivendo assim uma vida boa e honrada". Honrada. Sempre honrada.

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